Segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

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Voltar Ministério de Lula tem número inédito de mulheres, mas fica longe de paridade

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completou a formação do seu ministério com pouco menos de um terço dos cargos ocupados por mulheres. Com o anúncio realizado nessa quinta-feira (29), Lula confirmou que elas vão ocupar 11 das 37 pastas, o equivalente a 29% dos cargos.

Em comparação com os dois primeiros governos, o número de mulheres aumentou, mas ainda ficou aquém de uma paridade que reflita a sociedade brasileira. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), 51,1% da população brasileira é do sexo feminino.

Em 2002, no início do primeiro mandato, eram quatro mulheres na Esplanada: Benedita da Silva, Dilma Rousseff, Marina Silva e Emilia Fernandes. No início do segundo mandato, o número subiu pouco, para cinco: Dilma, Matilde Ribeiro, Nilcéa Freire, Marina Silva e Marta Suplicy.

Neste ano, serão 11: Simone Tebet, Marina Silva, Luciana Santos, Sônia Guajajara, Cida Gonçalves, Nísia Trindade, Margareth Menezes, Ana Moser, Anielle Franco e Daniela do Waguinho.

O número é maior também do que o registrado no governo de Dilma Rousseff, primeira mulher a chegar ao cargo, que nomeou oito mulheres como ministra ao assumir o mandato, em 2011, e seis após ser reeleita. Michel Temer, seu sucessor, tinha três. Jair Bolsonaro, por sua vez, quatro.

Durante a campanha, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva chegou a ser questionado sobre o compromisso de indicar um ministério com paridade de gênero, mas se esquivou. Na ocasião, quem o interpelou foi a então candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, anunciada hoje como ministra do Planejamento.

“Não sou de assumir compromisso, de me comprometer a fazer metade, indicar religioso, indicar mulher, indicar negra, indicar homem. Você vai indicar as pessoas que têm capacidade para assumir determinados cargos”, respondeu Lula.

Ao anunciar os nomes que completaram o ministério, entretanto, Lula comemorou o número inédito de mulheres.

“Estou feliz porque nunca antes na história do Brasil teve tantas mulheres ministras, nunca antes. Nunca antes na história do Brasil tivemos uma indígena ministra”, disse, em referência à Sonia Guajajara, que vai assumir o inédito Ministério dos Povos Originários.

O gabinete também contará com quatro ministros que já se declararam publicamente como pretos: Margareth Menezes, Anielle Franco, Marina Silva e Silvio Almeida. Há ainda dois que se identificam como indígenas: Wellington Dias e Sônia Guajajara. Rui Costa, Luciana Santos, Waldez Góes e Flávio Dino se declararam como pardos.

Lula também afirmou que vai nomear mulheres para presidir bancos públicos, a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

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